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Alimentos em extinção da Arca do Gosto - final


Esse é o último post que trata dos alimentos brasileiros em risco de extinção e protegidos pela "Arca do Gosto" do Slow Food. Falaremos hoje do Guaraná Nativo Sateré-Mawé e Castanha de Baru.

Guaraná Nativo Sateré-Mawé: quando as flores da árvore de guarná amadurecem elas saem de cena pra dar lugar às famosas frutas cuja "casca" se abre ao longo do tempo extirpando sua polpa com núcleo negro. Daí a semelhança do guaraná com olhos, vai falar que nunca reparou? Os índios também têm essa impressão e segundo a lenda, da qual acreditam, as frutas se originaram dos olhos enterrados de uma criança assassinada. Aposto que isso você não sabia!

Os índios acreditam que o guaraná teve origem num assassinato

O nome desse guaraná se deve a uma tribo com o mesmo nome. Essa tribo, que têm cerca de oito mil pessoas no norte do Brasil, cultiva o guaraná (que na língua indígena significa "o início de todo o conhecimento) da maneira mais tradicional: coleta as sementes que caem da árvore de guaraná e as plantam nas clareiras. Com o tempo essas sementes germinam e são capazes de dar origem a árvores de até doze metros de altura e extremamente floridas.

Ainda antes de amadurecer os frutos são colhidos e as sementes torradas por três dias seguidos em fornos de barro, descascadas e trituradas. Em seguida, são moldadas em bastões que por sua vez são embalados em sacos de algodão e colocados em fumeiros. Depois de alguns dias esses bastões são ralados com pedras e dão origem a um pó que pode ser usado pra fazer xaropes, bebidas e o tão apreciado refrigerante de guaraná.

Segundo o site do Slow Food, "O guaraná contém até 5% de cafeína e é rico em fósforo, potássio, tanino e outras vitaminas. O guaraná age sobre o sistema nervoso, ajudando a combater a fadiga, a estimular a atividade cerebral e a manter os níveis de energia durante atividades físicas intensas."

Feijão Canapu: também chamado feijão de corda e caupi, ele chegou ao Brasil no século XVI pelas mãos dos escravos africanos. Hoje ele é cultivado na região semi-árida do sul do Piauí. Ligeiramente diferente do tradicional feijão carioca, tem o tamanho aproximado de um grão de milho e um ponto escuro na parte superior. Pode ter coloração verde claro, rosa claro ou amarelado, depois de cozido adquire coloração marrom escuro e uma maciez profunda pincelada com sabor característico de palha e nozes.

O feijão Canapu
Produzido de forma totalmente natural e sem produtos químicos, ele pode ser consumido verde ou seco e serve de base pra diversos pratos da região onde é cultivado, fazendo parte da cultura local. Segundo o site do Slow Food, o Feijão Canapu têm "qualidades organolépticas,  sistema de produção natural e sustentável e ligação forte com a identidade da cultura local."

Castanha de Baru: a castanha de baru se origina do bazueiro, uma planta leguminosa arbórea nativa do cerrado. No Estado de Góias algumas comunidades produzem e vendem essa castanha, seja pra escolas (usada na merenda) ou é consumida pela própria população, in natura e direto das árvores. 

A extinção dessa espécie está relacionada com a introdução da monocultura da soja e de cereais no cerrado brasiliero (área onde mais se encontra essa espécie). Outro fator agravante é o fato de a madeira do bazueiro ser usada na área de construções. Em contrapartida ele é muito usado para fazer o reflorestamento de áreas devastadas devido ao seu rápido crescimento e essa caracterísitca tem ajudado na sua preservação.

A castanha de baru pode ser consumida torrada e adquire sabor semelhante ao do amendoim ou da castanha de caju. É utilizado para a preparação de diversas receitas como pé-de-moleque e paçoquinha. O óleo da castanha também é largamente utilizado para a preparação de temperos e até de anti-reumáticos. Isso é possível porque a castanha de baru é muito rica em proteínas e outros nutrientes. Segundo o site do Slow Food não existe comercialização da polpa da fruta.

E com essas três deliciosas e ricas iguarias brasileiras encerramos essa série de postagens com um recado muito claro: precisamos proteger esses alimentos porque fazem parte da cultura de nosso país. Precisamos descobrir essas delícias porque a falta de consumo e conhecimento da existência de algumas espécies faz com que elas sejam facilmente extirpadas da nossa cultura e do nosso meio. Procure na sua cidade saber um pouco mais sobre elas, onde podem ser compradas e que receitas podem ser preparadas a partir delas. Experimente novos sabores! Se você é de BH, uma dica: no mercado central e no seu entorno você encontra muitos dos alimentos citados ao longo de todos esses posts. Vale a pena dar uma olhada.
(clique na imagem pra ampliar) Fonte: site leitedevaca 
As informações são do site Slow Food. 

No site do Slow Food é possível encontrar endereço e telefone dos produtores pra contato, bem como, mais informações sobre essas e outras iguarias ameaçadas.

Durante várias semanas falamos dos alimentos brasileiros em extinção, portanto, semana que vem, vamos citar alimentos
 de outros países em risco de extinção . Até lá!

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