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Alimentos em extinção da Arca do Gosto 5

Nossas postagens sobre alimentos em extinção da "Arca do Gosto" estão quase chegando ao fim. Hoje falaremos das seguintes iguarias brasileiras protegidas pelo moviento do Slow Food: a Marmelada de Santa Luzia, o Palmito Juçara e o Umbu.

Marmelada de Santa Luzia: produzido a partir de marmelos da região de Luziana (antigamente chamada de Santa Luzia, daí o nome do doce) em Goiás por comunidades quilombolas (escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos). A receita está entre eles há diversas gerações e já virou tradição no estado.

A Marmelada de Santa Luzia



A produção é artesanal e o doce é conservado em caixinhas de madeira confeccionadas pelos próprios produtores. A extinção da iguaria se deve à produção semi-industrial de marmeladas feitas com outras variações de marmelo (em sua maioria importadas). Sabe-se, no entanto, que o doce produzido artesanalmente tem suas inúmeras qualidades e diferenciais, além de auxiliar financeiramente várias pessoas e fazer parte da cultura de um povo. Ao contrário, a produção industrial preza pela quantidade em detrimento da qualidade e não se preocupa com questões culturais e de sustentabilidade local.

Palmito Juçara: a Juçara (Eutherpes edulis) produz um dos palmitos mais gostosos do Brasil. Típica da mata Atlântica, está sofrendo sério risco de extinção e por isso faz parte de uma Fortaleza apoiada pelo Slow Food.

Extração ilegal do Palmito Juçara é um problema. Fonte: O Globo
Tradicionalmente cultivada por populações indígenas, como a da aldeia Guarani Ribeirão Silveira que resolveu construir pequenos viveiros na floresta pra ajudar a reviver as palmeiras nativas, surgiram nos últimos anos diversos palmiteiros que extraem o palmito de maneira não-sustentável, principlamente em algumas regiões pobres de São Paulo como o Litoral Norte, Litoral Sul e Vale do Ribeira.

A árvore que pode atingir até 15 metros de altura, requer pouca luz pra crescer e não exige tratamentos ou fertilizantes. Precisa ter de de 8 a 10 anos pra ter seu miolo removido. A parte superior do tronco é cortada e a casca removida com uma faca. Após extraído é consumido in natura e com mel pelos índios ou vendido fatiado para restaurantes e pousadas da região.

Umbu: ou imbú é uma fruta da caatinga, do sertão do nordeste brasileiro. A palavra de origem Tupi Guarani que dá nome à fruta significa "árvore que dá de beber". O nome deve-se à sua capacidade de armazenar até 3000 litros de água (isso mesmo, 3000 litros de água) durante a época de chuva pra usar no período de seca.

O Umbu
As frutas têm casca lisa verde ou amarela com interior macio e suculento. São colhidas manualmente e podem ser consumidas in natura ou em conserva (em formas de doce ou geléia). Também é comum a preparação de sucos com a fruta, vinagre, marmelada ou em prepará-las em calda.

As informações são do site Slow Food. 

No site do Slow Food é possível encontrar endereço e telefone dos produtores pra contato, bem como, mais informações sobre essas e outras iguarias ameaçadas.

Semana que vem tem o último post dessa série. Não perca.


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