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Alimentos em extinção da Arca do Gosto


Berdigão, cagaita, cambuci. Você conhece esses alimentos? Saiba que eles estavam em extinção e agora são protegidos pelo projeto "Arca do Gosto" do Slow Food. Iniciamos hoje uma série de posts sobre alimentos em extinção protegidos pelo movimento. Pra começar vamos falar desses três alimentos aí de cima:

Berdigião: também conhecido como marisco-de-areia, papa-fumo, samanguaiá, entre outros, é encontrado das Ìndias Ocidentais até o Uruguai, no Brasil, é encontrado no litoral de Santa Catarina. O molusco desenvolve-se no baixio (uma mistura de areia e lama), "possui concha trigonal, com até aproximadamente 37 mm de comprimento, 32 mm de altura, 23 mm de largura em adultos. Tem brilho vítreo e coloração amarelada, apresentando freqüentemente manchas ou faixas sinuosas cinzas escuras, de interior porcelanoso, muitas vezes com manchas acinzentadas na região posterior." 

Berdigão. Autor: DarkSpirit. Fonte: br.olhares
Nas regiões em que é encontrado é extramamente explorado  e comercializado. É muito rico em nutrientes e tem um sabor excelente, faz parte da famosa "sopa de marisco branco". "Atualmente é permitido pescar todos os dias da semana (dependendo da maré), com um limite de 9 latas de 18 litros por família. Cada lata rende cerca 1,4 kg de carne no inverno. No verão são 1,10kg por lata.  O período de defeso ideal seria de novembro a fevereiro, quando a água está mais quente. Neste período o berbigão está mais frágil e quando pescado resiste apenas 24 horas". 

O berdigão é fonte de renda para as famílias dos pescadores artesanais que vendem os mariscos a empresas que trabalham com frutos do mar e que, por sua vez, abastecem  o comércio local e outros estados brasileiros. A casca do berdigão também é comercializada para a fabricação de farinhas ou para a confecção de trabalhos artesanais como molduras, mosaicos, lustres etc.

Cagaita: é uma fruta 100% brasiliera e típica do cerrado, região centro-oeste do país. Sua árvore é de porte médio e lembra uma goiabeira. Floresce de agosto a setembro e frutifica de setembro a outubro. A fruta tem de dois a três centímetros de diâmetro, amerelo pálida e polpa de cor creme, o sabor é um pouco ácido. A fruta é consumida in natura ou em forma de doces, geléias, sorvetes e sucos. Além do uso culinário a casca é usada para curtumes (processo por que passa o couro cru tornando-o utilizável para a indústria) e as folhas como anti-diarréica (apesar de o fruto estar associado a laxante quando consumido em excesso - daí o nome de "cagaita"). 

Cagacita. Autor: Claudio F. Lima Fonte: br.olhares
Muitas comunidades do cerrado usam a cagaita como fonte de sobreviência, mas o avanço da pecuária e agricultura intensiva na região provocou a derrubada de várias árvores preocupando os produtores que atualmente fazem o beneficiamento dos frutos e replantio das árvores como forma de preservação não só da árvore, mas também, da cultura local. 

"Os produtos da agroindustria, inclusive a geléia de cagaita, são comercializados, principalmente através da Central de Comercialização do Cerrado, entidade com a qual a associação da qual fazem parte, a Associação de Desenvolvimento Comunitário do Caxambu - ADCC mantém parceria. A Central tem aberto mais canais de comercialização e divulgação dos produtos."

Cambuci: é uma fruta nativa da mata-atlântica, tem um formato peculiar parecendo naves espaciais (as de et). Este formato é que lhe deu nome, cambuci é derivado de kamu'si ' que significa vaso, pote ou urna funerária dos tupis. Sua árvore é parente da goaibeira, pitangueira e jabuticabeira. Pode chegar aos 8 metros de comprimento em formato quase piramidal. As flores desabrocham de agosto a novembro e os frutos aparecem de janeiro a abril sendo sempre verdes (mesmo quando maduros). Possui polpa cremosa e suculenta com poucas sementes, por seu gosto mais ácido (assemelhando-se ao limão, mas um pouco mais doce) é usada principalmente para aromatizar cachaça. Essa acidez não impede, no entanto, que jacús, pacas, macacos e tucanos consumam o fruto. 

Cambuci. Fonte: estadão.com.br
Assim como a mata-atlântica brasileira, o cambuci, praticamente desapareceu sendo encontrada em alguns pomares domésticos nas cidades de Serra do Mar, Paranapiacaba, Salesópolis entre outras. Muitos municípios estão adotando a fruta como produto típico, uma vez que, sua transformação em diversos pratos doces e salgados está se tornando cada vez mais comum e isso tem aumentado seu consumo e logicmanete seu plantio o que ajuda a preservar a espécie. "Rico em fibras, o cambuci é ainda ótima fonte de vitamina C, outras vitaminas e sais minerais,  além de possuir agentes antioxidantes e taninos que combatem radicais livres, retardam o envelhecimento e fortalecem o sistema imunológico."

No site do Slow Food é possível encontrar endereço e telefone dos produtores pra contato, bem como, mais informações sobre essas e outras iguarias ameaçadas.

No próximo post falaremos sobre outras espécies ameaçadas, mas protegidas pela "Arca do Gosto", até!

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