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Alimentos em extinção - final

Durante diversas semanas falamos, aqui no blog do Mandala, sobre os alimentos, do Brasil e do mundo, que se encontram em risco de extinção. Falamos detalhadamente sobre os principais deles e agora, no último post sobre o assunto, faremos uma reflexão sobre os motivos que levaram esses alimentos a quase desaparecer da nossa cultura.  

Os primeiros posts sobre o tema tratava exclusivamente de espécies marinhas em extinção. Não é difícil entender porque várias espécies como o Cherne, as Garoupas e até mesmo o famoso Atum, estão em extinção. A pesca predatória e que não respeita as épocas de reprodução e desova dos peixes, coloca em risco todas essas espécies da fauna marinha que tende a ficar cada vez mais pobre e desequilibrada. Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), cerca de 70% das reservas mundias de peixes estão próximas da superexploração.

As embarcações pesqueiras matam muitos peixes

A verdade é que diversos países têm na atividade pesqueira uma importante fonte de renda e com isso tendem a massificar a pesca para maximizar os lucros. Nos últimos anos, governos investiram pesadamente na modernização e industrialização de suas frotas pesqueiras. Com técnicas, como o uso de sonares, diversos tipos de peixes, das mais variadas espécies e tamanhos, são arrastados para esses navios. Como entre esses peixes muitos não têm o tamanho mínimo pra ser comercializado, são simplesmente jogados de volta ao mar, mas não conseguem sobreviver, somente cerca de 10% desses peixes rejeitados não morrem.

A poluição também não fica de fora, apesar de exercer um impacto mais generalizado e não em uma ou outra espécie específica, é fato que o despejo de esgoto, resíduos químicos e minerais e qualquer outro tipo de lixo nos oceanos, provoca grande mortandade das espécies marinhas, afinal, esse material propicia o aparecimento de microrganismos que destróem a fauna marinha e dificultam sua reprodução ou mesmo sua alimentação. A degradação do meio ambiente também é uma das cuasas para a diminuição da produção de diversas espécies de alimentos.

Peixe morto pelo excesso de poluição
No Brasil, diversos frutos comuns da Mata Atlântica, por exemplo, desapareceram com a sua intensa exploração. O mesmo pode-se dizer dos frutos vindos da Amazônia, com o aumento da pecuária e agricultura intensiva na região, o desmatamento de áreas cada vez maiores da mata, leva consigo espécies pouco conhecidas da população. Aliás, no caso desses alimentos, o desconhecimento de sua existência é fatal. Quando uma fruta, por exemplo, é muito conhecida e apreciada, é de se esperar que a sua produção aumente e se espalhe dificultando o seu fim. Mas quando uma espécie é restrita a apenas uma pequena comunidade sua existência fica extremamente comprometida.

Essas pequenas comunidades, por sua vez, podem ser tão pobres que sua sobrevivência depende do plantio e colheita dessas espécies e a exploração em massa delas pode representar, aos poucos, o seu fim. Além disso, existem aquelas espécies cuja produção é exclusiva de algumas comunidades indígenas, como sabe-se a diminuição dessas aldeias é cada vez maior e junto com elas também vão esses alimentos. Diferentemente, das espécies marinhas, a cultura também é fator determinate para a sobrevivência desses alimentos.  Muitas vezes a produção de certos alimentos fica restrita a uma geração e as novas gerações por não se interessarem por aquele iguaria ou pelo modo complexo de sua produção, não contribuem para a continuidade de sua existência. Isso, sem falar que muitas vezes a produção em massa de uma espécie similar, geralmente importada, diminui tanto o preço final do produto que o outro se torna inviável.

O desmatamento influencia na extinção de vários alimentos
O que é importante demonstrar é que diversos alimentos em processo de extinção fazem parte da história de muitas gerações e ajudam a construir a identidade de um país ou de uma região. Perder essas espécies e as técnicas, muitas vezes artesanias, de cultivo e preparação, é preder uma parte importante do legado e da cultura de um povo. Proteger esses alimentos de interesses mercantilistas e da devastação ambiental é proteger também um pouco do que somos e de onde somos. E é exatamente isso que a Fundação Slow Food através do Projeto Arca do Gosto está fazendo. No site do movimento é possível encontrar endereço e telefone dos produtores pra contato, bem como, mais informações sobre essas e outras iguarias ameaçadas, clique aqui pra acessar.

E com essa reflexão terminamos essa série de postagens, esperamos ter contribuído de alguma forma para aumentar o conhecimento, não só de nossos clientes, mas também de todas as pessoas interessadas no tema, da existência desses alimentos, afinal, o grande objetivo desse blog é informar as pessoas da importância da preservação ambiental e da sustentabilidade que sempre foi um norte para o Restaurante Mandala. Sempre que o assunto surgir com qualquer novidade, voltaremos a tratar do tema aqui. Grande semanna a todos!

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