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Alimentos em extinção da Arca do Gosto 4

Hoje é dia de falar de alimentos em extinção protegidos pelo movimento "Arca do Gosto".

Arroz vermelho: também conhecido como arroz-da-terra e arroz de veneza, o estado da Paraíba é o local mais abundante de arroz vermelho no Brasil. Antes disso ele já foi produzido na Bahia e no Maranhão. Neste último estado permaneceu por um bom tempo até que em 1772 a Coroa Portuguesa proibiu a produção de arroz vermelho permitindo apenas a produção de arroz branco.

Arroz vermelho
As residências e restaurantes da Paraíba usam largamente o arroz vermelho em seus pratos, segundo o site do Slow Food Brasil, "em alguns municípios do Sul do Ceará, o arroz vermelho já foi um importante componente da dieta alimentar das mulheres parturientes, pois se acredita que o produto possua propriedades que propiciam o aumento da produção de leite materno."

A produção dessa variação de arroz vêm caíndo ao longo do tempo e hoje representa cerca de um terço do que foi no passado. Ainda segundo o site, o Vale do Rio Piancó, que tem solos muito férteis e isolamento geográfico, é o único refúgio desse alimento em todo o país. Também por esse isolamento o arroz vermelho do Vale é cultivado sem produtos químicos e com técnicas rudimentares e manuais. Tudo isso aliado a poucos lugares plantados diminui muito sua produção se comparado com a do arroz branco, por exemplo. Pensando na preservação desse alimento formou-se a Fortaleza do Arroz Vermelho com o o bjetivo de melhorar as condições de trabalho para o processamento do arroz colhido e auxiliar na venda do produto.

Babaçu: é o nome de uma palmeira típica do nordeste brasileiro e que produz pequenos côcos dos quais se extrai um óleo com aroma de avelã usado na culinária local e na indústria de cosméticos. O mesocarpo do côco também é usado para a fabricação de farinha e carvão. A fruta do babaçu serve não só como alimento, mas também como forma de sobrevivência da comunidade local. Faz parte dessa comunidade, as quebradeiras de côco babaçu que são resposáveis pela coleta do mesmo.

Babaçu
Segundo o site do Slow Food Brasil, "a apropriação ilegal da terra por grandes empresas e o aumento de cultivo de soja em grandes monoculturas industriais estão ameaçando a sobrevivência da produção do coco de babaçu." Só no sul do Maranhão cerca de 1550 famílias vivem da extração de babaçu.

Farinha de batata doce Krahô: a iguaria é produzida pelos índios Krahô e considerada herança cultural. O ritual de preparação da farinha é muito antigo e considerado uma tradição, eis o processo: "a farinha de batata doce é produzida no início da estação da seca, entre abril e junho. As variedades de batata doce utilizadas na produção da farinha são muitas. Depois de colhidas, as batatas são lavadas, envolvidas em folhas de bananeira e cozidas sobre a brasa. Depois do cozimento, as batatas são socadas e amassadas com as mãos. Em seguida, a massa é colocada para secar sobre esteiras feitas com palmeiras locais, chamadas catu, por cerca de 3 dias. As esteiras são apoiadas em cavaletes, e em alguns casos cobertas por uma rede, para proteger a farinha.

A farinha é conservada em bolsas de palha (pocotu), fabricadas com as folhas das mesmas palmeiras usadas para a fabricação das esteiras, trançadas manualmente pelas mulheres da aldeia. O produto é conservado por mais de um ano. É cozida como um creme, com água e misturada com leite de vaca ou leite de coco e mel, ou usada como base para uma sopa típica, junto com a farinha do fruto de macaúba, outra palmeira local."

Índio Krahô. Fonte: raizculturablog
Esses índios vivem em dezesseis aldeias no cerrado, estiveram perto da extinção até que criaram a Associação União das Aldeias Krahô (Kapey) que ajudou na preservação das tradições desses índios e também de suas vidas.

As informações são do site Slow Food. 

No site do Slow Food é possível encontrar endereço e telefone dos produtores pra contato, bem como, mais informações sobre essas e outras iguarias ameaçadas. 


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