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Alimentos em extinção da Arca do Gosto 3

Hoje o tema do nosso post de alimentos em extinção será: o néctar de abelhas nativas, o pinhão da serra catarinense e o Aratu. Todos eles são protegidos pelo programa "Arca do Gosto" do Slow Food Brasil.

Néctar de Abelhas Nativas: falaremos especificamente das abelhas canudo que fazem parte de uma família de abelhas americanas que incluí 300 espécies diferentes, todas elas muito pequenas e sem ferrão. As abelhas canudo são responsáveis pela polinização de pelo menos 80% da flora amazônica.

Abelha Canudo. Fonte: img.ibiubi
Essas abelhas são criadas em aldeias locais que preservam seu mel muito aromático e saboroso. "Cada espécie de Meliponinae produz um néctar diferente. O néctar produzido pelas abelhas canudo tem um alto teor de água e açúcar, um alto nível de acidez e propriedades medicinais."

Para proteger esse néctar a Fundação Slow Food se aliou aos índios Sateré-Mawé criando uma fortaleza. "A Fortaleza pretende preservar essas abelhas e a Floresta Amazônica para assegurar que a polinização da flora da região continue acontecendo e para que os índios tenham uma fonte de renda."

Pinhão da Serra Catarinense: o pinhão é na verdade uma semente da Araucária Angustifolia. Medindo cerca de 4cm ela tem forma alongada e cor marfim protegida por uma casca dura e grossa.

"Pesquisas históricas e achados arqueológicos mostram que os indígenas Kaingang e Xokleng, antigos habitantes desta área, viviam da caça e da coleta do pinhão. O pinhão representou um alimento fundamental, no passar dos séculos, também para outros povos indígenas e para os descendentes de italianos e alemães que colonizaram esta área."

Pinhão. Fonte: 1senhorsabor
Sempre foi considerado um alimento pobre em nutrientes sendo consumido de duas maneiras principais: cozido e moído com carne seca ou cozido com verduras e carnes. A Serra Catarinense tem sua economia baseada nos recursos naturais e por ter grande quantidade de Araucária, a árvore do pinhão, ela foi altamente explorada e quase desapareceu ao longo dos séculos sendo substituída pelo Pinheiro Canadense que possui uma madeira mais apreciada que a da Araucária. Segundo o site do Slow Food estima-se que da cobertura original da árvore tenha sobrado apenas 1%.

Com o objetivo de proteger a vegetação nativa da região o Slow Food mantém uma série de parcerias, uma delas com a Cooperativa Ecoserra, que trabalha para promover uma coleta sustentável e salvaguardar o equilíbrio do ecossistema, conservando a Floresta de Araucária e ajudando os produtores a obter uma remuneração mais adequada.

Aratu: é um pequeno caranguejo com carne delicada e muito saborosa. Facílmente encontrado nos mangues do Sergipe, nordeste do Brasil,  pertence à família dos Grapsidae e vive em buracos na areia ou dentre os ramos da vegetação.

A pesca do Aratu sempre foi uma atividade feminina e ligada à subsistência, mas com a chegada da eletricidade ele começou a ser vendido congelado para restaurantes por preços extremamente baixos. Com o tempo a quantidade de aratu foi diminuindo, seja pelo alto consumo ou pela criação intensiva de camarões na área, poluindo os manguezais com a ração usada para a alimentação. O aratu se encontra em sério risco de extinção.

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Dessa forma surgiu a Fortaleza do Aratu no povoado de Cajazeiras em Santa Luzia do Itanhy, uma área com alta taxa de pobreza e analfabetismo cujas famílias vivem da pesca do caranguejo. Segundo o site do Slow Food: "é urgente apoiar, em colaboração com instituições locais, a criação de uma área dedicada ao repovoamento do aratu e para reduzir a pressão da pesca deste crustáceo, diferenciando a coleta dos recursos pesqueiros. Ao mesmo tempo, é importante trabalhar com os produtores desta comunidade."

As informações são do site Slow Food. 

No site do Slow Food é possível encontrar endereço e telefone dos produtores pra contato, bem como, mais informações sobre essas e outras iguarias ameaçadas.


Semana que vem tem mais!

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